Você já sentiu a sensação de que os dias estão passando e você está parado? As responsabilidades estão a porta e você, se quer, sente vontade de sair do lugar para abrir alas para o que é novo? A pior sensação é a que você se sente paralisado quando o mundo inteiro parece ter mil e uma coisa para fazer. Na verdade você também tem mil e uma coisa para fazer. Você não faz por causa da sua vontade de ficar parado ali para sempre.
Palma, palma, palma, não priemos cânico. Afinal, quem nunca acordou de manhã cedo querendo passar o resto do dia deitado sem ninguém para azucrinar os ouvidos? Ninguém é obrigado a ser feliz o tempo todo. Quem se mostra feliz o tempo é um tolo, não conhece a realidade da vida, não consegue ser quem é de forma completa. Você já deve ter ouvido falar que o mal desse nosso século é a depressão. E é, de certa forma, verdade. Afinal, somos da geração com internet rápida, Smartfones cada vez mais inteligentes e não sabendo o que é passar algumas horas sem o whatsapp. Afinal, como era a vida antes desse aplicativo que agora é indispensável em nossas vidas? E mais, alguns anos atrás para que eu usasse a internet na semana, precisava esperar até meia noite para poder usar a internet discada. Facebook que nada, o barato mesmo era o Orkut.
E sabe o que isso me ensinou? Tudo passa, mas as pessoas são as mesmas. Com as mesmas necessidades. A sociedade muda, mas os anseios por atenção, os sentimentos, a vontade de amar e ser amado é tão presente quanto era na época da "Fazendinha Feliz". As pessoas continuam com a vontade de obter tudo. E isso não é errado. Estamos no mundo, vivemos no mundo, devemos valorizar aquilo que temos e também lutar pelo que queremos. Não é errado ter ambição. Não é errado se chatear por quê uma rede social bastante usada pode ficar algumas horas fora do ar. Mas o errado é achar que só por causa disso, você vai perder um dia inteiro, vai passar o dia inteiro mal humorado achando que sua liberdade foi tomada.
A questão é que sua liberdade está presa aos aparelhinhos pequenininhos que você segura agora ao ler esse post. E eu me incluo nisso também.
Minha mãe há alguns meses comprou um Smartphone de última geração. Ela está idêntica a mim quando tinha meus dezesseis ou dezessete anos. Talvez os meus dezoito, pois foi quando comprei o meu primeiro celular com um sistema operacional de ponta
Eu vi minha mãe, a pessoa que mais me criticou por tudo, ir dormir quatro da manhã por causa do celular. Eu também a vi se descabelando por causa da possível suspensão do Whatsapp. É mãe, a senhora se apaixonou pelo caçador, minha cara.
O meu ponto aqui é simplesmente perguntar se todas essas crises existenciais que temos não é decorrente do nosso uso excessivo de vida virtual e nenhuma interpessoal. Na minha Universidade dificilmente alguém larga o celular para conversar sobre qualquer outra coisa. É sempre com o celular na mão. As pessoas confirmam que comparecerão ao evento, comparecem, mas elas não estão mais lá. Afinal, comparecer não quer dizer estar, quer?
A verdade é que estamos comparecendo em tudo na vida: no almoço na avó dia de domingo, no show da nossa banda favorita, nos encontros que temos com nossos namorados, nas aulas de Direito administrativo (principalmente), nos cultos e missas de domingo, na praia, no parque, no shopping, no ônibus...
Quantas pessoas deixamos de conhecer simplesmente por quê não tiramos os olhos dos nossos aparelhos? Quantas namoradas bacanas que estão ao lado do cara ele perde simplesmente por quê está no Tinder procurando "relacionamentos" sérios ou não? Eu tenho pena da nossa geração que se deixa usar pelos aparelhos e não vise-versa.
Queria avisar que logo virá um outro aplicativo que substituirá o que você acha que é imprescindível hoje. E quando ele chegar, você também o achará imprescindível. Mas imprescindível mesmo é viver. E viver bem.
"Temo o dia em que a tecnologia se sobreponha à humanidade. Então o mundo terá uma geração de idiotas." Albert Einstein
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O psicólogo
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