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segunda-feira, 23 de março de 2015

Entrevista com Érico Junqueira (Turnê "Empate")



Domingo (15/03) foi um dia super especial para os fãs de um cantor muito querido. Fortaleza recebeu Érico Junqueira, ou melhor, Valentin, para uma apresentação maravilhosa e intimista que aconteceu na Praça Verde, no Dragão do Mar. O nosso Blog, juntamente com o Vai dar Rock #Ce e Queremos em Fortaleza, compareceu e fez uma entrevista super legal com ele.

Érico transbordou simpatia em todas as músicas, foi super prestativo e incrível ao falar com os fãs que queriam tirar fotos com ele depois da apresentação. A Nanda Loureiro do "Queremos em Fortaleza", que conseguiu trazê-lo para cá, fez uma entrevista super bacana com ele. 

Confira:



NL: Quando foi que começou no mundo da música?
Valentin: Foi quando estudava no primeiro ano ainda. Uns amigos me apresentaram uma banda que
se chama Nirvana.  E eu ganhei um violão. Eu queria uma bateria, mas minha mãe me deu um violão. (Risos) É parecido, né? (Risos). Daí eu comecei a tocar em casa, com revista de cifra mesmo.


NL: Tua família sempre te deu apoio?
Valentin: No início sim, depois eles perceberam que eu só queria fazer isso da minha vida. Daí, não foi tão... Esse apoio não foi tão incisivo, tão forte, saca? Sofri trabalha, estuda. Ninguém seguiu a vida artística. Eu enfrentei uma resistência. certa resistência. Porque minha família é uma família clássica. Todo mundo. Até hoje é um pouco difícil.

NL: E hoje? Só vive de música?
Valentin: Sim, de música, da vendagem dos CD’s e camisetas que estampo.
NL: Teve influência direta de alguma banda?
Valentin: No início foi Nirvana. Eu achava muito louco! Foi a primeira banda que eu comecei a prestar atenção mesmo. E o cara era canhoto! Mas aí depois fiquei sabendo que ele se matou, e... Nossa! Virou meu herói.


NL: O que tu ouvia quando adolescente, e o que ouve hoje? O que mudou?
Valentin: Quando eu era adolescente eu escutava o que chegava em mim. Por televisão e rádio, MTV
principalmente. Top 20 da MTV, eu era viciado! Tem uma banda que eu gosto até hoje, chama-se Silverchair. Hoje em dia eu vou mais atrás de escutar. Eu tô numa pilha de escutar muita música brasileira: Jussara Marçal, Maurício Pereira, tem uma banda do Recife que um amigo me apresentou, que é Mula Manca, muito boa, muito boa mesmo! Vi um show do Baleia, outra banda que to escutando muito. Belchior, e toda essa galera. Nossa língua é  muito massa, muito rica, e eu acho que a gente dá muito pouco valor pra isso.

NL: Qual foi o lugar mais inusitado em que já fez um show?
Valentin: Uma vez, com a minha banda (DoYouLike?), a gente foi tocar numa igreja Mórmon. E eles não tem culto a imagens sacras, eles têm um altar só pro Elder (Mestre de cerimônias). Eles limparam tudo e a gente tocou no altar da igreja! (Risos). Acho que esse foi o mais maluco de todos! (Risos).


NL: Qual tua composição favorita?
Valentin: Bah! Essa é difícil! Tem duas novas que eu gosto muito, que chama “A propaganda roubou todos meus amigos”, e tem outra que é “A meritocracia, o desenvolvimentismo e a propriedade privada”. Que são as minhas preferidas atualmente. Por elas serem novas e pelo contexto que a gente tá vivendo. Tudo meio confuso, politicamente falando.
NL: Por que “Tempo” é o nome do novo ep?
Valentin: Cara, entrei numa ideia muito forte nesse lance do tempo. Desde a época do “Salvem o relógio da torre”. Por causa do filme “De volta para o futuro”. Pra gente, pessoas normais, o tempo só passa num sentido, só vai pra frente, a gente não consegue voltar nele. E se tu parar pra pensar, é muito louco. É como tu ir para uma estrada e não ter como voltar. Tu só consegue dar passos pra frente, não consegue ir para o lado, é só pra frente. E o “Tempo “ fala sobre isso, a música “Barco” fala objetivamente sobre isso. Independente do que tu faça o tempo vai passar, tá passando. Estamos aqui conversando e o tempo passando. A gente não vai conseguir voltar ali, às cinco da tarde, quando tinha Sol e tal. Tá passando. A gente vai dormir, já vai ser outro dia, já vamos estar mais velhos, já aconteceu, e é isso. Tudo muito louco.

  

NL: Tem previsão para um novo cd? Sem pressão (Risos).
Valentin: Ah, então... Tava pensando em gravar umas músicas, gravar um cd em casa, fazer uma produção mais simples, caseira, pra poder tocar. Mas, eu to bem seduzido pela ideia de montar uma banda novamente, saca?
NL: Como é o processo de gravação dos teus discos? Já que sua produção é independente, como se dá o processo de produção?
Valentin: A produção acontece em um estúdio que chamei de “¼” (Um quarto), que é o meu quarto. Eu dei a sorte com a DoYouLike? De ter acesso a muitos equipamentos, microfones, placas de som. Costumava gravar as demos das músicas da DYL no meu quarto. E, eu comecei a gravar as músicas do Valentin, no EP que se chama “Outono”, em um microfone de computador bem tosco. E aí, quando eu tive esse equipamento eu pensei :“Cara , eu posso fazer um lance melhor, mais caprichado”. E aí, eu comecei a fazer assim, no meu quarto mesmo, gravar tudo por conta, me gravar. Só que é muito difícil, por eu ser uma pessoa muito crítica a respeito do que eu faço. Demoro muito pra chegar no resultado que eu goste. Gravo uma música e vejo que não ficou aquilo, e gravo de novo, e arranjo de novo. Mas,daí chega uma hora que eu paro e penso: “É isso, e pronto! Se não for isso, vai ser isso!”. Esse é o processo.
NL: É nítida a diferença na qualidade do “Salvem o relógio da torre” para o “Tempo”. A melhoria na melodia faixa 1 “Barco”, tu trabalhou bem mais. Comenta um pouco sobre.
Valentin: A primeira música, O “Barco”, tinha o intuito de ser gravada com banda. Mas, devido a toda logística, encaixar pessoas, que tenham mesmos interesses que tu tem, e que se comprometam a fazer. Eu fui pro estúdio e gravei tudo sozinho, gravei bumbos e baixo, pratos, guitarra, enfim, eu gravei tudo. 
NL: Em 2009, tu deu uma entrevista para um blog independente falando sobre um sonho de viajar tocando e cantando pelo Brasil. Hoje vive essa experiência. Como tá sendo?
Valentin: É muito louco! Tocar em lugares abertos, públicos diferenciados. Isso te dá uma noção maior, um contato com muitas pessoas, com um mundo, em uma realidade que é muito diferente de tocar em uma casa noturna. Isso aqui é o que me inspira, toda essa movimentação que acontece. De estar tocando e pessoas que não conheço, que nunca ouviram minha música, parar e prestar atenção nas letras. Isso é o que me move.
NL: Em que o teu convívio com o Teco Martins (Sala Espacial e Ex-Rancore) te influenciou nessa experiência de viajar pelo Brasil?
Valentin: A gente passou uma semana juntos, dentro de um carro, viajando por muitos lugares. Saímos de São Paulo e viemos até aqui, sei lá quantas horas e dias de viagem. E o Teco é uma pessoa única, ele é muito espontâneo, muito genuíno. O mundo funciona de outra forma dentro da cabeça dele. E ele é, senão o principal, um dos principais responsáveis por eu estar fazendo na rua, assim. Ele deu muita força.



E aí? Gostaram? Não conhece Valentin ainda? Então vamos te ajudar deixando os links para ouvirem um pouco o trabalho dele!
Obrigada Érico!

Fotos por: Vai Dar Rock #Ce

Links úteis:


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